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Sobre a Rádio

Esta é a nova Rádio Cultura FM 94,3. A evolução da Rádio Cultura AM 560, por ocasião do processo de migração que ocorreu no Brasil.

Esta mudança se fez necessária devido a “poluição” da faixa AM no país, sujeita atualmente a diversos tipos de interferência. A migração da Cultura AM 560 para Rádio Cultura FM 94,3 foi planejada desde o ano de 2013 e ocorreu de maneira gradativa.

No ar desde 1971 como AM, a nova rádio manteve a sua essência: uma emissora com muito jornalismo, informações de interesse da comunidade, prestação de serviço, utilidade pública, comprometida com a verdade e a ética. É uma emissora católica, evangelizadora, que prima pelo anúncio da “boa notícia”. Uma emissora com grande inserção no campo esportivo e com “uma pitada” da boa música. Foi a única emissora a migrar como classe E (Especial) no interior do Estado do Paraná, o que significa maior potência e maior abrangência.

Profissionais como jornalistas, publicitários, produtores, locutores, repórteres, técnicos, e uma equipe administrativa de excelência, compõe o quadro de colaboradores da Rádio Cultura FM 94,3.

Para oferecer ainda melhor qualidade de áudio e sinal a emissora investiu em novos estúdios, novos transmissores e antenas, geradores de energia, novos veículos de reportagem, além de uma nova programação que foi planejada e concebida, baseada em pesquisas, com foco no ouvinte, para trazer ao anunciante retorno no investimento publicitário.


HISTÓRIA: Não é o fim ... é um recomeço.

Depoimento: Um ponto de vista sobre a migração da Cultura AM 560 para a faixa FM

*Por: Jorge Teles dos Passos

Quinta-feira, 7 de novembro de 2013. Lembro que pela manhã, na segunda parte do programa O Assunto é Notícia, na Cultura AM 560 de Guarapuava, nos reunimos no estúdio, num número considerável de funcionários da emissora, para a retransmitir e ao mesmo tempo ouvirmos a palavra da Presidente Dilma Rousseff que neste dia assinava o Decreto de Migração das rádios AM para a faixa FM. Iniciava aí o que, na minha opinião, se constituiria num marco para a radiodifusão no Brasil nesse tempo em que atuo no meio, ou seja desde o ano de 1982 quando tive os primeiros contatos profissionais com a Rádio Cultura.
Vibramos com o ato haja vista que há muito tempo se falava numa mudança necessária para as emissoras que exploram a faixa AM. No início dos anos 2.000 tudo apontava para a digitalização do rádio, assim como o que ocorre atualmente com a TV, ou seja uma mudança de tecnologia, do sinal analógico para o digital. Isso não ocorreu com o rádio, então a maneira que se encontrou para “salvar” o rádio AM foi a proposta de migração de faixa.

A faixa de Amplitude Modulada (AM) ou Ondas Médias (OM), infelizmente, torna-se a cada dia mais inviável. Inviável em termos de recepção devido às inúmeras interferências, inviável pelo abandono por parte da maioria das indústrias de aparelhos receptores na falta investimento nesta tecnologia, e inviável comercialmente o que é um reflexo da queda de audiência do AM. Pesquisa recente realizada pela Rádio Cultura apontou que o consumo do meio de comunicação rádio em Guarapuava é o seguinte: 82,57% da audiência está na faixa FM e 17,43% na AM. Sobre esses números coloco minha opinião: não é problema de conteúdo, nem de transmissão, mas de recepção, ou seja interferência entre o sinal emitido na torre até chegar nos receptores, e também pela maioria dos aparelhos de rádio colocados à venda atualmente serem de baixa qualidade.

No dia seguinte, 8 de novembro, já estava publicado no Diário Oficial da União o Decreto 8.139: “Dispõe sobre as condições para extinção do serviço de radiodifusão sonora em ondas médias de caráter local, sobre a adaptação das outorgas vigentes para execução deste serviço e dá outras providências”, já era o momento de começarmos a conhecer os detalhes da Migração.

Alguns itens do Decreto, inicialmente, chamavam atenção. Um aspecto positivo dizia respeito ao enquadramento. Nós, Rádio Cultura AM 560, poderíamos migrar para a faixa FM como classe Especial (E3) o que significaria? A emissora mais potente de Guarapuava (quem sabe de todo o Estado), enquanto as demais rádios da cidade, inclusive a 93FM emissora da Central Cultura de Comunicação, enquadram-se em faixas inferiores (A, B, C). E o ônus da Classe Especial? Alguns, como maior investimento em equipamentos, transmissor, antenas, torre e no consumo de energia elétrica.
Um outro item do decreto que gerou expectativa foi quanto a criação da faixa estendida. Atualmente o FM está de 87.7 MHz até 107.9, mas como não há espaço em algumas localidades para abrigar as emissoras AM que solicitaram a Migração, então a faixa foi estendida de 76.1 MHz até 87.5 MHz local este, a esquerda do dial, que será liberado com a digitalização da TV. Em grandes centros urbanos a atual faixa está lotada, áreas consideradas de fronteira, onde inicialmente as emissoras de Guarapuava tinham o risco de ser enquadradas, também teriam que utilizar a faixa estendida, o que felizmente acabou não acontecendo.

Mas na realidade neste decreto o que mais gerou expectativa e polêmica foi a chamada taxa migratória pois tudo isso não aconteceria de graça. “O pagamento do valor correspondente à outorga será efetuado em parcela única e corresponderá entre os preços mínimos de outorga estipulados pelo Ministério das Comunicações para cada tipo de serviço e grupo de enquadramento, referente à respectiva localidade”.  Esse artigo não dizia nada pelo fato de não sabermos os valores de outorgas de faixa AM. Até a definição do valor da taxa foram muitos boatos, muitas especulações.
O próximo passo: construir uma rádio nova! Já que tínhamos a possibilidade de mais uma emissora FM porque não inovarmos tudo, reequiparmos? Por que não? Sonhamos juntos e vamos realizar juntos.
Ainda no mês de novembro de 2013 começamos a dar passos efetivos neste projeto de migração. Em contato com o engenheiro da Central Cultura de Comunicação, Robinson Oliveira, partimos para o estudo de viabilidade técnica para a migração e projeto de instalação. “O estudo de viabilidade desta emissora vai ser muito difícil de executar, pois a classe E3 no interior será algo inédito no sul do Brasil e demandará um esforço de engenharia grande e muita sorte”, disse o engenheiro na ocasião.

Ainda no mês de novembro iniciamos uma corrida para juntar os documentos e certidões negativas exigidos no processo. Muito papel!!! As 16h43min do dia 13 de dezembro de 2013 nosso pedido de adaptação da outorga (migração) foi protocolado junto ao Ministério das Comunicações Em Brasília.

No ano seguinte, no dia 12 de março, a Portaria 127, do Ministério das Comunicações, definiu os procedimentos para o recebimento e análise dos pedidos de adaptação de outorga. A portaria também definia datas e prazos para o andamento do processo.

Nesse mês de março, no dia 26, também foi preciso protocolarmos em Curitiba, na sessão pública realizada pela Secretaria de Serviços de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, ofício destinado ao Ministro de Estado das Comunicações onde a emissora reafirmava a solicitação da adaptação da outorga. Inicialmente a frequência pretendida era 105,7 Mhz. O protocolo teve o número PR_020 e na ocasião a emissora foi representada pelo engenheiro Robinson.

Enquanto toda a movimentação no sentido legal, de projetos, análises técnicas, apresentação de documentos ocorria junto ao Ministério das Comunicações internamente um passo importante foi dado: a mudança do nome de fantasia da Rádio Cultura FM – 93,7. Pensando estrategicamente não seria possível termos, a Central Cultura de Comunicação, duas emissoras na faixa FM em Guarapuava com o mesmo nome, então optamos por chamar a atual FM de 93FM, pois a AM 560 na migração vai ser Cultura FM.
Além da mudança de nome a 93FM ganhou nova identidade visual através de um logotipo simples, mantendo as tradicionais cores verde e preto como predominantes, prefixo e vinhetas também ganharam nova roupagem. A opção de chamar a AM 560 de Cultura FM se deu em virtude da tradição do nome e para o ouvinte ter claro que a Cultura, não acabou, mas apenas mudou de faixa. Vinhetas específicas para serem rodadas na AM 560 foram criadas. “Rádio Cultura, 45 anos no ar. Você que nos ouve aqui nos 560 AM em breve vai acompanhar nossa programação em FM com muito mais qualidade e muitas novidades. Evangelização, jornalismo, esporte, utilidade pública, prestação de serviços, sem esquecer da boa música. Fique ligado, logo, logo, a gente se encontra em FM” é a mensagem de uma das vinhetas que seriam lançadas numa campanha quando o processo da migração estivesse realmente encaminhado.

Paralelamente inicia a compra de equipamentos e montagem da nova rádio.

Em 24 de maio de 2017, no Diário Oficial da União foi publicada a autorização de uso de radiofrequência da nova Cultura FM.

Novidade no ar:
No dia 13 de junho de 2017, noite fria em Guarapuava, a Rádio Cultura AM 560 transmitia a partida de futebol entre CAD (Clube Atlético Deportivo) e Pato Branco, pela Série Ouro do Futsal Paranaense quando, em 94,3 na faixa de Frequência Modulada (FM), entrou no ar a nova Cultura FM. A migração enfim concluía-se. A primeira AM a migrar para a faixa FM na cidade. A programação era ainda a da antiga AM 560, mas sendo transmitida simultaneamente em FM 94,3 e AM 560. O sistema Irradiante Principal com antena de 12 elementos e transmissor de 12.000 watts.

Dia 05 de julho de 2017 Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, através da Secretaria de Radiodifusão aprovou o local e a utilização dos equipamentos da nova emissora, com utilização do canal 232 (94,3MHz), classe E3 (Especial).

No dia 14 de agosto de 2017 entrou no ar a nova programação da Cultura FM 94,3, com novos programas e toda a “plástica” da rádio mudada. Novas vinhetas, novas aberturas novas chamadas, falando somente da Cultura FM, não mais da AM 560, apesar de a geração ainda continuar simultânea nos canais FM 94,3 e AM 560. A Cultura FM ainda operava em caráter “precário” pois a parte técnica ainda carecia de investimentos.

Chegamos ao final do ano de 2017 com o aspecto técnico totalmente concluído. A -Cultura estava com novos estúdios, novo transmissor, novo processador, link, conjunto de antenas, dois geradores de energia (um para estúdio outro para transmissor).

Grandes passos .... mas o desafio prossegue.

*Jorge Teles é licenciado em História, radialista, jornalista, especialista em marketing. Atualmente é um dos diretores da Central Cultura de Comunicação e Coordenador da Pastoral da Comunicação no Regional Sul 2 da CNBB.